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Foto: Gustavo Paixão |
Custando R$ 379.800,00, a BYD Shark foi lançada oficialmente no mercado brasileiro, fortalecendo o agronegócio. Pelo menos, esse é o apelo da marca durante o lançamento. A caminhonete da BYD é o primeiro híbrido do Brasil, marcando uma evolução no segmento, até então dominado por motores a diesel.
A Shark chama atenção pelo seu design moderno e arrojado, embora lembre bastante a Ford F-150. Apesar das semelhanças, a caminhonete apresenta pontos fortes característicos da BYD.
Na frente, os painéis destacam-se pelo tamanho, com design em formato de "C" e totalmente em LED, desde os painéis principais até as luzes de neblina. Ainda na frente, há uma faixa de LED que percorre toda a extensão da grade. O logotipo da BYD é imponente, ocupando uma boa parte da grade.
Na lateral, o que impressiona é o tamanho da caminhonete, com 3.260 mm de entre-eixos, garantindo maior conforto. Na traseira, a linha segue o mesmo conceito, com lanternas em LED e uma faixa central que ilumina toda a sua extensão.
Interior
O interior foge um pouco do padrão de design da marca. Apesar das duas telas, uma de 12,8 polegadas e outra de 10,25 no painel de instrumentos, o console se destaca pelos botões que lembram o cockpit de um avião. Além disso, conta com 8 alto-falantes para um bom sistema de som.
O acabamento é superior se comparado às picapes médias, que seriam suas concorrentes pelo tamanho. No entanto, pelo preço, a concorrência é com versões específicas, como a Hilux GR, que custa cerca de 370 mil reais.
Motorização
Combinando o sistema híbrido elétrico EHS com um motor 1.5L turbo, o Shark atinge uma potência combinada de 437 cavalos e um torque de 65 kgf.m, permitindo uma aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 5,7 segundos, tornando- se a picape mais potente do Brasil. Além disso, o motor elétrico conta com uma bateria Blade de 29,6 kWh de capacidade, oferecendo uma autonomia no modo elétrico de até 100 km (NEDC), ideal para deslocamentos urbanos e em fazendas. Segundo os testes do INMETRO, no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), o Shark apresenta uma autonomia na gasolina equivalente a até 24,6 km/l na cidade e 19,9 km/l na estrada.
Segurança
Além da bateria Blade, a caminhonete conta com um chassi de aço de alta resistência, utilizando a tecnologia CTC (Cell to Chassis), que garante maior proteção. A bateria funciona tanto como unidade de energia quanto como parte da estrutura do veículo. A Shark também oferece o Sistema Avançado de Assistência ao Motorista (ADAS), com controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, assistente de faixa ativa, reconhecimento de placas de trânsito, sensor de ponto cego, alerta de abertura de portas, câmera 360 ° e alerta de tráfego cruzado.
Ao volante
A BYD preparou várias opções de testes para o Shark, incluindo uma pista on-road no autódromo internacional de Goiânia. Nesta pista, o caminhonete foi levado ao limite e saiu muito bem, com a suspensão independente surpreendente. O clima chuvoso ajudou a testar os controles de estabilidade.
Outro teste ocorreu em uma pista off-road, o mais esperado por muitos. Isso porque, recentemente, a Shark ganhou uma confirmação negativa após um vídeo mostrar um caminhonete patinando em terreno irregular durante um evento. As expectativas eram altas.
Confesso que estava cético quanto à sua capacidade off-road, achando que ela era uma picape mais "nutella". No entanto, a Shark surpreendeu, mostrando-se muito capaz de enfrentar terrenos difíceis e superando muitas picapes do mercado. O trajeto envolve muita lama e atoleiros, tornando a pista bastante escorregadia. Mesmo com os pneus cobertos de lama, ela conseguiu manter a aderência e superar os obstáculos.
Na verdade, a Shark impressionou com sua robustez e capacidade off-road, características que prometem fazer sucesso no agronegócio.
Resumo
A caminhonete tem quase tudo para dar certo no mercado, mas o preço pode ser um fator decisivo na hora da escolha. Para isso, a BYD Shark se destaca por suas boas capacidades, como a carga útil de 790 kg, a capacidade de reboque de até 2.500 kg e a de transporte de mercadorias, com 1.200 litros. Sua autonomia combinada é de 840 km.
Agora, resta esperar para ver como serão as vendas e como a marca vai posicionar o modelo no mercado.
Por Gustavo Lopes